Porque é que Allah permitiu que o Seu Profeta cometesse um erro?
Sim, houve casos em que o Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção estejam sobre ele) esteve errado, afinal ele também era um ser humano. No entanto, a existência de casos em que ele errou não configura em si uma crítica à profecia, mas sim um apoio a sua condição de profeta. Porque ele é um líder e um modelo para as pessoas que viverão até o dia do Juízo Final.
Não é lógico que uma pessoa que mesmo após de estar errada e que não assuma os seus próprios erros, possa servir de exemplo para as pessoas até o dia do Juízo Final.
Allah advertiu o Seu Profeta?
De fato, quando o Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção estejam sobre ele) estava errado, ele não hesitou em expressar e corrigir o seu próprio erro. O exemplo do Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção estejam sobre ele) em relação a seus erros individuais era: ensinar as pessoas a melhor maneira de agir quando elas cometem erros.
Allah anunciou através da revelação do alcorão alguns casos em que o Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção estejam sobre ele) tomou decisões erradas, sejam elas, individuais ou através ou por consulta aos seus companheiros. Um desses casos está relacionado quando alguns dos inimigos do Islam foram feitos prisioneiros após a Batalha de Badr.
A Batalha de Badr foi a primeira batalha dos muçulmanos contra os inimigos do Islam da cidade de Meca. A importância histórica desta guerra é o fato de que se os inimigos do Islam saíssem vitoriosos, consequentemente, a religião islâmica teria grandes chances de ser apagada da história. Apesar do grande contingente de inimigos naquele momento, 70 deles foram capturados logo após a vitória dos muçulmanos. Após isso, o Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção estejam sobre ele) consultou seus companheiros muçulmanos, e então foi decidido não matar os inimigos capturados. [1] Entretanto, Allah advertiu essa decisão através do Alcorão Sagrado no seguinte versículo: “Não é apropriado a um Profeta tomar prisioneiros (de guerra), até que tenha (combatido energicamente o inimigo e) triunfado na terra. Você (crentes) deseja os bens mundanos, enquanto Allah deseja (para vocês) o Além. E Allah é Poderoso, Prudente”[2].
Outro exemplo ocorreu quando o Profeta Muhamamad (que a Paz e Bênção estejam sobre ele) recebeu uma pergunta sobre a surata da caverna, e em seguida disse: “Eu lhe responderei amanhã”, sem dizer: “Se Allah permitir”. Após este evento, não ocorreu nenhuma revelação ao Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção estejam sobre ele) durante 15 dias. Quando a revelação chegou novamente, Allah disse ao Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção estejam sobre ele) : “E nunca diga: eu definitivamente farei isso amanhã, sem acrescentar, Insha’Allah (se Allah permitir)! Mas se você esquecer, então lembre-se de seu Senhor, e diga: Confio que meu Senhor me guiará para o que é mais correto do que isto”. [3]
O Profeta Muhammad (que a Paz e Bênçãos estejam sobre ele) não foi enganado relativamente aos fundamentos religiosos.
Finalmente, deve ser enfatizado que os pontos em que o Profeta Muhammad (que a Paz e Bênção estejam sobre ele) estava errado não estão relacionados à fé que forma a base da religião islâmica e as suas práticas. Os eventos em que ele esteve errado foram pessoais e corriqueiros. É importante citar, que tais pequenos deslizes também o impediram de ser deificado por seus seguidores, e aqueles que testemunharam sua vida o aceitaram como profeta e servo amado por Allah.
Resumo:
1. Houve casos em que o profeta do Islam, Muhammad, cometeu pequenos erros nas suas decisões diárias.
2. Estes erros foram preservados para ensinar aos outros que o seguem “como se comportar em caso de erro” e para servir de modelo em todos os sentidos.
3. Perante estes pequenos erros, Allah advertiu o seu profeta e, assim, ensinou toda a humanidade. Estas advertências foram levadas em conta por Muhammad( que a Paz e Bênçãos estejam sobre Ele), que deu um grande exemplo.
4. Estes erros também estão presentes na mente dos muçulmanos para reafirmar a sua crença em Muhammad como um mensageiro e não como um deus.
[1] Sahih Al-Muslim,” Jihad”, 58
[2] Al-Anfal,67
[3] Al-Kahf,23-24